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Fortaleza, Ceará, Brazil
Professor de Esperanto,Italiano e Português. Revisor de trabalhos acadêmicos: monografias, dissertações e teses. Profesoro pri lingvoj: esperanto, portugala, itala. Reviziisto pri akademiaj verkoj: monografio, disertacio, tezo.

sábado, 29 de dezembro de 2012



CONVERSÃO – Processo mais produtivo e econômico na formação de palavras em Esperanto

Adelson Sobrinho

Conversão mecanismo mais simples de formação de palavras, que consiste na troca de classe pela simples troca da vogal final.Toda palavra do Esperanto pode mudar de classe pela simples troca de vogal final” (Mattos, 1987:156).
“Chama-se conversão a transformação de uma categoria em outra por meio de morfemas gramaticais”(DUBOIS,2004).

  Em Esperanto não se estudam substantivos, adjetivos, verbos e advérbios como compartimentos estanques. De posse de quatro (4) desinências, a saber -O, -A, -I, -E, o usuário tem plena competência para fazer a conversão de uma categoria noutra. Isso proporciona ao usuário uma grande economia de palavras a aprender, devido à imutabilidade dos morfemas – característica talvez só encontrável numa língua analógica planejada.

   Segundo o austríaco Martin Hummel, a conversão é o tipo de formação mais comum e mais tradicional de todas as línguas românicas. Todavia, nessas línguas o mecanismo da conversão se restringe à mudança do adjetivo em advérbio. “O caráter universal da conversão explica-se simplesmente pelo fato de cada falante saber que pode formar advérbios a partir de adjetivos, ou seja, que ambas as categorias são fundamentalmente a mesma” (HUMMEL, 2003, 188).

Tomemos como exemplo, do português, a propaganda da SKOL:

            SKOL – A CERVEJA QUE DESCE REDONDO, cuja tradução em Esperanto nos mostra o valor adverbial da palavra REDONDO.
               SKOL – LA BIERO KIUN ONI ENGLUTAS RONDE.

Por ter seu sistema morfológico pautado na sistematicidade e na coerência interna de seus formantes, o Esperanto proporciona ao usuário a plena competência na formação de palavras, tomando como base as mais diversas categorias. Consideremos os seguintes exemplos que anotei de dicionários e manuais:



BASE
ADJETIVO
ADVÉRBIO
SUBSTANTIVO
Prefixo: MAL= Ideia contrária/oposta                                                                                                                                                 
MALA=Contrário, oposto, antônimo
MALE=Ao contrário
MALO=Contrário
Advérbio primitivo: JES=Sim
JESA= Afirmativo/a
JESE=Afirmativamente
JESO=Afirmação
Interjeição: JEN= Eis
JENA= Seguinte
JENE= a seguir
JENO= O seguinte
Preposição: DUM=Durante, enquanto, ao passo que
DUMA=Temporário, provisório
DUME= Entretanto; neste ínterim

Numeral: UNU=Um/Uma
UNUA=Primeiro/a
UNUE=Primeiramente, em primeiro lugar
UNUO= Unidade
Pronome correlativo: TIO=Isso
TIA=Tal, de tal espécie; esse, essa; tão
TIE=Lá, ali, naquele lugar

Substantivo: PATRO=Pai
PATRA=Paterno
PATRE= Paternalmente

Sufixo: -EBL-=Possibilidade
EBLA=Possível
EBLE=Possivelmente, talvez
EBLO=Possibilidade
Verbo: PAROLI=Falar
PAROLA=Oral
PAROLE=Oralmente
PAROLO=Palavra

OBRAS CONSULTADAS
1.    BRAGA, Ismael Gomes. Grande Dicionário Esperanto-Português. 2. ed. com suplemento de Sylla Chaves. Rio de Janeiro: KKE, 1898.

2.    DUBOIS, Jean et alii. Dicionário de Linguística. São Paulo: Cultrix, 2004.

3.    HUMMEL, Martin. (2003): “A conversão do adjetivo em advérbio em perspectiva sincrônica e diacrônica” em: Confluência – Revista do Instituto de Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, Nº 25 e 26, 175-192.

4.    LORENZ, Francisco Valdomiro. Esperanto sem Mestre. 8ª ed. Brasília: FEB, 1988.

5.    MATTOS, Geraldo. La Deveno de Esperanto. Chapecó: Fonto, 1987.

6.    ________. Gramática Completa do Esperanto. Chapecó: Fonto, 1987.


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