Morfossintaxe
dos substantivos
Adelson Sobrinho
Partes do discurso - “espécies de palavras definidas sobre a base de critérios sintáticos (definição formal) e sobre a de critérios semânticos (definição nocional). Sintaticamente, as classes
são definidas: (1) pelo papel recíproco das palavras na constituição da frase;
o nome, núcleo do sintagma nominal, se associa ao verbo, núcleo do sintagma verbal, para formar a frase; (2) pela
especificidade das flexões (modificações da palavra conforme sua função
sintática, seu modo específico de referência).
Os nomes
designam as pessoas, os objetos ou as situações: são os substantivos. Os verbos
e os adjetivos, agrupados sob o nome de verbais, designam os processos e os estados; eles se
distinguem secundariamente pelo fato de os primeiros indicarem sobretudo um
processo, enquanto os segundos indicam uma qualidade. Os advérbios representam uma
propriedade de natureza idêntica à do adjetivo, mas concernente ao processo, por conseguinte o verbo (de onde sua
denominação), ou concernente a uma
qualidade, por conseguinte, o adjetivo”.( Dubois, 2000).
ADVÉRBIO
|
1.Complete
as frases abaixo com cognatos do
verbo em negrito.
A.
O
CÃO MORDEU O GAROTO.
B. A _________________DO CÃO FOI FORTE.
C. COMO PERTURBOU O CÃO, O GAROTO
SAIU_________________.
D. O CÃO FOI CAPTURADO POR TER_________________A
CRIANÇA.
E.
O
GAROTO____________________ FOI LEVADO AO HOSPITAL.
Agora responda:
- Em qual item se apresenta um substantivo?__________?
- Flexione no plural as frases dos itens C e D e
logo após responda qual das duas formas com as quais você preencheu a
lacuna admitiu plural.______________________________.
- Em qual dos itens ocorreu um particípio?____________________________.
- MOLDURA GRAMATICAL:
O_______Δ_________ESTAVA ÓTIMO;
OS______Δ_________ESTAVAM ÓTIMOS;
a_______Δ_________ESTAVA ÓTIMA;
As______Δ_________estavam ótimas.
Δ = posição do nome substantivo
– NÚCLEO do sintagma nominal. Suporte sem o qual a frase entra em
disfunção.
“Chama-se
SINTAGMA NOMINAL (abreviação SN ) um sintagma constituído de um
subst. ( abreviação N )
eventualmente precedido de um determinante ( abreviação D ) artigo, demonstrativo etc. Assim, nas frases Pedro dorme e O gato dorme, Pedro e O gato são sintagmas
nominais, respectivamente constituídos, um, de um subst., o outro, de um subst.
precedido de um determinante.” ( Dubois, 2000 )
- Pegou seu_________?
- Peguei.
- Então,
vista-o, porque faz_________hoje à
noite.
“A
gramática do Português permite que os substantivos
e só os substantivos apareçam nessas posições”. (Trask, 2006.).
“Em
relação aos nomes (substantivos e adjetivos) e pronomes, no máximo há quatro desinências, conforme o seguinte
esquema: (Monteiro, 1986)”.
DESINÊNCIA DE GÊNERO: MASCULINO = /- Ø / - AUSÊNCIA
FEMININO= /A /- PRESENÇA
DESINÊNCIA DE NÚMERO: SINGULAR – / Ø / -AUSÊNCIA
PLURAL -/S/- PRESENÇA
‘AS MULHERES FEIAS PARECEM BONITAS QUANDO ESTÃO BEM
VESTIDAS”.
- Gênero
– “Categoria gramatical que, em nossa língua distribui os nomes em
masculino e feminino”.
- O PRÍNCIPE
ESTÁ MORTO.
E L
E AINDA ERA UMA CRIANÇA. ELE
+ A = ELEA → ELA
A PRINCESA ESTÁ MORTA. MORTO+A=MORTOA →MORTA.
E L
A AINDA ERA
UMA CRIANÇA.
- Número
– “Categoria gramatical que leva em consideração a quantidade dos
seres designados pelos nomes substantivos. Pela concordância estende-se o
número aos adjetivos e os verbos.
O-Ø
ALUN-O-Ø E-Ø-RA-Ø APLICAD-O-Ø.
O-S ALUN-O-S E-Ø- RA-M APLICAD-O
-S.
“O / s / é a marca
privativa do plural, oposta ao vazio do singular” (Monteiro, 1986).
‘ NOME É UM TERMO QUE
ABRANGE SUBSTANTIVO, ADJETIVO, PRONOME, E ÀS VEZES INFINITIVO E PARTICÍPIO.
a)
Substantivo - O verdadeiro amor precisa de outro que o
sustente.
b) Adjetivo – Bela, sempre o foste.
c) Pronome
– O amor, como as trepadeiras, morre se não tem o que.
Abraçar.
c) Infinitivo - Amar-te, nunca o
prometi. ’
(Macambira,
1970).
3. Sintaticamente, reconhece-se o substantivo pela possibilidade de ele
funcionar como núcleo, ou seja, como
suporte do sintagma nominal. Um
mesmo vocábulo, por exemplo, pode ocupar diversas
posições sintáticas no enunciado.
1. GAROTO, VÁ PRA CASA.
VOCATIVO.
2. GOSTAMOS DO GAROTO.
OBJETO INDIRETO.
3.
TEMOS RESPEITO PELO GAROTO.
COMPLEMENTO NOMINAL.
4.
O
TEXTO FOI ESCRITO PELO GAROTO.
AGENTE DA PASSIVA.
5. PEDRO AINDA É UM GAROTO.
PREDICATIVO DO SUJEITO.
6. PEDRO, O GAROTO, CHEGOU ONTEM.
APOSTO.
7. O LIVRO DO GAROTO É NOVO.
ADJUNTOADNOMINAL.
8. O GAROTO FOI PRA CASA.
SUJEITO.
9.
AMAMOS ESTE GAROTO.
OBJETO
DIRETO.
10. APELIDARM-NO
(DE) GAROTO.
PREDICATIVO
DO OBJETO.
- SUBSTANTIVAÇÃO = “Processo que consiste em usar como substantivo um vocábulo de outra classe”. (Luft, 1973).
“Em português, a substantivação tem
por consequência poderem as palavras substantivadas receber determinantes próprios do substantivo;
em o azul do
céu, dir-se-á que azul está substantivado porque ele vem
precedido do artigo que assinala, no português, formalmente, o substantivo”. (Dubois,
2000).
DETERMINANTES = “São os constituintes do sintagma nominal que
dependem do substantivo, cabeça ou constituinte principal do sintagma nominal.
Nesse caso, os determinantes são os
artigos, os adjetivos, os complementos nominais; são os elementos que atualizam o substantivo (determinado),
que lhe dão as suas determinações.” ( Dubois,2000).
“VOCÊ ADORA UM SE”.
“SEU CRUZAR
DE PERNAS FASCINA”.
“NÃO
HÁ MAL QUE SEMPRE DURE NEM BEM QUE
NUNCA SE ACABE”.
O QUÊ É UM CORRELATIVO.
ESTE PORQUÊ
ESTÁ MAL COLOCADO.
TODO CUJO
É UM PRONOME RELATIVO.
NÃO ACEITO NENHUM SIM FALSO.
CADA UM NO SEU GALHO.
ALGUM POBRE
BATEU À MINHA PORTA.
TODO AMANHÃ SÓ É GARANTIDO POR DEUS.
Nas frases acima, todas as palavras em negrito são substantivos
por duas razões:
1ª. são núcleos dos
sintagmas, sem os quais a frase entra em disfunção, ou seja, perde o sentido.
2ª. são substantivadas
pelos antecedentes UM/SEU/ESTE/O/TODO/NENHUM/CADA/ALGUM/TODO, respectivamente.
OBRAS
CONSULTADAS
1. DUBOIS, Jean et alii. Dicionário
de Linguística. São Paulo: Cultrix, 2000.
2. LUFT, Dicionário gramatical da
Língua Portuguesa. Porto
Alegre: globo, 1973.
3. MACAMBIRA.
José Rebouças. A Estrutura Morfo-Sintática do Português. Fortaleza: Imprensa
Universitária-UFC, 1970.
4. MONTEIRO.
José Lemos. Morfologia Portuguesa. Fortaleza:
Edições UFC: PROED, 1986.
5. TRASK, R.L. Dicionário de linguagem e linguística/ R.L. Trask; tradução Rodolfo
Ilari; revisão técnica Ingedore Villaça Koch, Thaís Cristófaro Silva. – 2.ed.
São Paulo: Contexto, 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário