ESPERANTO E
ARTIFICIALIDADE
Adelson Sobrinho
Os linguistas,
ou seja, os cientistas que descrevem e tentam explicar as línguas em
geral, são quase unânimes em afirmar que todos os idiomas do
planeta são criações humanas, uma vez que o instrumento de
comunicação verbal não nasceu como os vegetais; daí ser
incoerente o nome de natural, que geralmente as pessoas associam às
línguas nacionais.
As pessoas que
não têm conhecimento profundo da questão do planejamento
linguístico teimam em afirmar que uma língua como o Esperanto não
tem fundamento, porque acreditam ser ela um artefato, ou seja, algo
artificial, inventado num gabinete.
Com
exceção dos linguistas ou beletristas, ou seja, aqueles com
formação em Letras, são poucos os que têm conhecimento da
Interlinguística, ou da Linguística que trata das línguas
planejadas e se ocupa com o estudo da estrutura do Esperanto e a
explica como língua estrangeira.
À proporção
que nos aprofundamos na estrutura do Esperanto e a comparamos com as línguas culturais modernas, chegamos à conclusão que nele não há
nada de artificial, do que afirmam os néscios. A propósito, quem a
chama assim desconhece que esta língua se baseia nas culturais
modernas aproveitando o que há de melhor em cada uma delas.
É importante que
onde o esperantista bem informado veja a palavra artefarita
= art-e-far-it-a,
entenda planejada, ou seja, arte+farita, significando feita
(farita) kun arto= com
arte.
Portanto, a palavra
artificial tem duas traduções em Esperanto, a saber: artifika=
inventada, ou seja, a priori, baseada
na fantasia; e artefarita=
feita a posteriori, ou seja, elaborada com critérios racionais, em
obediência a um plano preestabelecido. Daí porque seu codificador,
o Dr. Lázaro Luís Zamenhof, a definia como
“universalização científica e racional dos idiomas mais cultos e
evoluídos do planeta”.
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