Quem sou eu

Minha foto
Fortaleza, Ceará, Brazil
Professor de Esperanto,Italiano e Português. Revisor de trabalhos acadêmicos: monografias, dissertações e teses. Profesoro pri lingvoj: esperanto, portugala, itala. Reviziisto pri akademiaj verkoj: monografio, disertacio, tezo.

sexta-feira, 6 de julho de 2012


MORFOSSINTAXE DOS PRONOMES RELATIVOS
Adelson Sobrinho


                                                 COMPREI OS LIVROS.
                                         OS LIVROS CHEGARAM.

                         {COMPREI OS LIVROS [QUE  CHEGARAM].} = Período complexo.

                    COMPREI OS LIVROS.   ELES CHEGARAM.   = Período simples.

OS LIVROS: QUE: ELES

   CHEGARAM OS LIVROS.
         COMPREI OS LIVROS.

                            CHEGARAM OS LIVROS QUE COMPREI.
        CHEGARAM OS LIVROS. COMPREI-OS.

OS LIVROS: QUE: - OS

RELATIVO – “PRONOME QUE PELA ANÁFORA SE REPORTA A UMA PALAVRA ANTECEDENTE AO MESMO TEMPO EM QUE SERVE DE CONECTIVO SUBORDINATIVO ORACIONAL” (j. Mattoso Câmara Jr, in: Dicionário de linguística e Gramática, p. 208).

ANÁFORA = Progressão com base no já-dito. (Koch, Ingedore. G. Villaça, in: Desvendando os segredos do texto, p.85. 5.ed. São Paulo: Cortez, 2006).

Pronome substantivo – Assim chamado porque ocupa a mesma posição nuclear do sintagma nominal, ou seja, vale por si mesmo. QUE/QUEM

Pronome adjetivo – Não ocupa a posição nuclear do sintagma. É um elemento acessório do sintagma nuclear substantivo, com o qual concorda em gênero e número. CUJO E QUANTO


·         A função do pronome relativo depende da transitividade do consequente.

·         A ocorrência da preposição deve-se à regência do termo consequente.

·         O pronome relativo, introdutor das orações adjetivas, é o responsável pela expansão do adjunto adnominal ou do aposto explicativo.

1.      QUE – pronome relativo universal, pode ocupar a posição nuclear de qualquer sintagma. Dependendo da transitividade do termo que substitui, pode ou não ser antecedido de preposição.
Antecedente
Ocorrência ou não da preposição
Pronome relativo
Consequente
Encontrei o livro
ø
que
procuravas.
Encontrei o livro
a
que
te referiste.
Encontrei o livro
em
que
te apoiavas.
Encontrei o livro
com
que
concordaste.
Encontrei o livro
por
que
lutaste.
Encontrei o livro
de
que
tinhas necessidade.
  Quadro tomado a Mirson Lima, in: O Essencial do Português, p. 161, adaptado.

2.      QUEM – é sempre precedido de preposição e só se refere a pessoas ou personificações.

Comparem-se os exemplos:

A.    Conheço o gato a que você aludiu.

           Conheço o gato.
    Você aludiu ao gato.
                         Você aludiu a quê?

B.     Conheço o professor a quem você aludiu.

                   Conheço o professor.
            Você aludiu ao professor.
              Você aludiu a quem?

Quando a preposição que o antecede tem mais de uma sílaba, este pronome é substituído por O QUAL/A QUAL/OS QUAIS/AS QUAIS. Estes têm por função pôr em relação termos iguais, ou seja, unir um antecedente a um termo consequente idêntico.

·         Este é o único santo perante o qual me ajoelho.
·         Encontrei os livros sobre os quais comentastes.
·         Aquela é a Universidade para a qual me dirijo.

·         Uma herança de avós, a qual era preciso salvar.
·         Uma herança de avós, os quais era preciso salvar.

3.      COMO – para ser classificado como pronome relativo, postula como antecedentes os substantivos MODO/MANEIRA/FORMA, equivalendo a PELO (A) QUAL.
·         A maneira como respondes é estranha.

QUEM, QUANTO; COMO, ONDE são pronomes relativos acidentais.

- QUEM é habitualmente pronome indefinido ou interrogativo: Quem desdenha quer comprar. Quem falou? Só é relativo quando se relaciona com um antecedente. Não tendo antecedente, é erro classificá-lo como pronome relativo, pois no caso não “relaciona” nada. 

Quanto pode ser pronome indefinido, interrogativo, advérbio: Quanto compraste? Quantas horas lutaste? Quanto sofremos!

 – Como e onde são usualmente advérbios: Como vieste? Como lutaram! Onde mora? Para serem relativos devem ter um antecedente substantivo ao qual ligam(subordinam) uma oração adjetiva: A casa onde(= em que, na qual) moro é antiga.” (Luft, in: Dicionário Gramatical da Língua Portuguesa, p. 175).

CUJO – requer as seguintes condições para sua ocorrência:

·         Possuir antecedente diferente do consequente;

                      A MALA NÃO SERÁ USADA.

A CHAVE DA MALA SE PERDEU.

 A CHAVE DELA SE PERDEU.

   {A MALA [CUJA CHAVE SE PERDEU] NÃO SERÁ USADA.}

·         Indicar posse;

·         Nunca deve ser antecedido de artigo.


FUNÇÕES SINTÁTICAS

“Os pronomes relativos assumem um duplo papel no período: representam um antecedente e servem de elemento de subordinação na oração que iniciam. Por isso, sempre desempenham nas orações que iniciam uma função sintática, que pode ser de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, adjunto adnominal, adjunto adverbial, complemento nominal e agente da passiva.”
 (William Cereja & Thereza Cochar, in: Gramática Reflexiva, p. 154).

1.                                                          O CARGO É BOM.
                                  ASPIRO AO CARGO.

                            {O CARGO [A QUE ASPIRO] É BOM.}

O CARGO É BOM. ASPIRO A ELE.
                                   Função: Objeto indireto.


2.                                           AVISTOU UM OBJETO ESTRANHO.
                                                        UM OBJETO ESTRANHO FLUTUAV A.

   { AVISTOU UM OBJETO ESTRANHO[ QUE FLUTUAVA.] }  

     AVISTOU UM OBJETO ESTRANHO.  ELE FLUTUAVA.
                                                            Função: Sujeito.


3.                                           EIS A CIDADE.
                            NASCI NA CIDADE.

                     {EIS A CIDADE [ONDE NASCI].}

       EIS A CIDADE. NASCI NELA.
                     EIS A CIDADE EM QUE NASCI.
                                  Função: Adjunto adverbial de lugar.

NA CIDADE: ONDE: NELA: EM QUE


4.                                                              PRENDERAM O LADRÃO.
                                              FUI ROUBADO PELO LADRÃO.

                         {PRENDERAM O LADRÃO [POR QUEM FUI ROUBADO].}
           PRENDERAM O LADRÃO. FUI ROUBADO POR ELE.
                                                                        Função: Agente da passiva.

PELO LADRÃO: POR QUEM: POR ELE.

5.                                            ELA NÃO REPAROU BEM NO MENINO TRISTE.
                                                                          EU ERA O MENINO TRISTE.

   ELA NÃO REPAROU BEM NO MENINO TRISTE QUE EU ERA.
        ELA NÃO REPAROU BEM NO MENINO TRISTE. EU O ERA.
                                                                                        Função: Predicativo do sujeito.

6.                                                                      LI OS LIVROS.
  TODOS ESTÃO INTERESSADOS PELOS LIVROS.

                                     LI OS LIVROS POR QUE TODOS ESTÃO
INTERESSADOS.                    Função: Complemento nominal.

LI OS LIVROS. TODOS ESTÃO INTERESSADOS POR ELES.


7.                                   LI OS LIVROS.
 VOCÊ MOSTROU OS LIVROS.

LI OS LIVROS. VOCÊ OS MOSTROU.

            LI OS LIVROS QUE VOCÊ MOSTROU.
                         Função: Objeto direto.

8.      LI OS LIVROS. O AUTOR DOS LIVROS É MEU AMIGO.
LI OS LIVROS. O AUTOR DELES É MEU AMIGO.

                   {LI OS LIVROS [CUJO AUTOR É MEU AMIGO].}
                                  Função: Adjunto adnominal.




                                  

Nenhum comentário:

Postar um comentário